Grupos de Estudo
1. O Conhecimento
como Produção Coletiva
2. Histórico dos
Grupos de Estudo
3. Atividades dos Grupos em 1997
a) Hegemonia, Consenso e Ação Comunicativa
b) Félix
Guattari
c) Trabalho,
Direito Alternativo e Questão Agrária
d) Negritude
e) Idigenismo
f) A Questão da
Mulher na Filosofia da Libertação
4. Rede de Pesquisas
Coletivas
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1. O CONHECIMENTO COMO PRODUÇÃO COLETIVA
Um dos pressupostos de trabalho do IFIL é que todo conhecimento resulta de um processo coletivo. Mesmo as sínteses mais singulares, criativas e pessoais resultam de movimentos coletivos de agenciamento e enunciação. Sendo assim, torna-se indispensável ao trabalho teórico o movimento dialógico, crítico e auto-crítico que se realiza através da comunicação do conhecimento em processo de elaboração. A organização de Grupos de Estudo e de uma Rede que aglutine grupos e pesquisadores interessados neste intercâmbio torna-se condição indispensável para o avanço da reflexão pessoal e coletiva.
2. HISTÓRICO DOS GRUPOS DE ESTUDO
O histórico dos grupos de estudo de filosofia da libertação no Brasil, que antecederam à fundação do IFIL, pode ser divido em duas fases: A -1988 a 1994; B - 1995 a 1997.
Primeira Fase: 1988 a 1994. Em 1988, durante o 3o Encontro Nacional de Filosofia ocorrido na cidade de Gramado no Rio Grande do Sul - Brasil, um conjunto de professores, estudantes e outros participantes daquele evento redigiram a Carta de Gramado, uma espécie de manifesto da filosofia da libertação no Brasil. Propunham-se, os signatários do documento, a desenvolverem foruns de debates nas várias regiões do país e efetivar intercâmbios com filósofos do Brasil e do exterior que partilhassem do mesmo "compromisso filósofico libertador". No ano seguinte, no mês de julho, ocorreu o Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia, na cidade de Curitiba, Paraná - Brasil. No curso temático sobre Filosofia Latino-americana desdobraram-se algumas propostas, entre as quais, a organização de grupos de estudo que manteriam intercâmbio, entre si, de suas pesquisas e elaborações, ficando algumas pessoas encarregadas de promover a articulação nacional desses grupos. Em agosto do mesmo ano ocorreu o Segundo Encontro Internacional de Filosofia da Libertação, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, com a participação de vários pesquisadores brasileiros e latino-americanos. Assim, a partir de vários eventos alguns grupos de estudo se organizaram em diferentes locais do país e alguns deles se transformaram posteriormente em centros de estudo do pensamento filosófico latino-americano. O contato entre os participantes dos vários grupos, entretanto, acontecia casualmente quando da ocorrência de seminários e encontros organizados por alguma faculdade ou instituição.
Segunda Fase: 1995-1997. Em 1995 ocorreu um curso de extensão universitária "América Latina - Filosofia e Libertação" em Campo Grande, Mato Grasso do Sul - Brasil, promovido pelo CEFIL - Centro de Estudos e Pesquisas de Filosofia da Libertação e UFMS. Dele participaram estudantes e professores de diversas regiões do Brasil. Ao final do Encontro, entre os vários encaminahmentos tomados, foi estabelecido um projeto de pesquisa coletiva sobre "Subjetividade e Movimentos Sociais - Os Desafios da Práxis", integrando cinco grupos de estudo de diferentes cidades do país: Campo Grande - MS, Curitiba- PR, Passo Fundo -RS, Novo Hamburgo - RS e Porto Alegre -RS, que passaram a investigar os seguintes subtemas: "Práxis e Subjetividade", "Crise da Modernidade e Realidade Brasileira", "Movimentos sociais Populares - Concepção e Prática". O intercâmbio das pesquisas feitas por esses grupos precedeu o seminário que ocorreu em Passo Fundo em 1995, quando os grupos decidiram pelo aprofundamento da investigação sob determinados aspectos, alterando os subtemas de investigação. No final de 1995 é fundado o IFIL, a partir dos grupos de estudo existentes em Curitiba, e em 1996 ocorre outro curso de extensão em Campo Grande. A partir de então, sob o eixo articulador Filosofia e Libertaçäo, organizaram-se 4 projetos de pesquisa coletiva: a) Subjetividade e Movimentos Sociais - Os Desafios da Práxis; b) Filosofia no Primeiro e Segundo Graus; c) Diálogo Filosófico Norte-Sul; d) Interculturaçäo. Cada projeto compõem grupos de estudos que possuem autonomia para definir seus cronogramas de trabalho e organizar seus encontros específicos.
No início de 1996 ocorrem outros dois Cursos de Verão em Campo Grande sobre Filosofia Latino-Americana e Filosofia da Libertação, ensejando novos projetos de pesquisa coletiva. De 1995 até 1996 foram organizados vários grupos abordando os seguintes temas: 1. Teoria do Conhecimento; 2. Capitalismo contemporâneo; 3. Linguagem ; 4. Desejo alterativo e Ética ; 5. Educaçäo e Movimentos Sociais-Populares; 6. Sujeito da Libertaçäo ; 7. Filosofia no 1o e 2o Graus; 8. Diálogo Filosófico Norte-Sul; 9. A Questäo Indígena; 10. A Questäo do Negro na Perspectiva de Libertaçäo; 11. Seminários Marx; 12. José Carlos Mariátegui; 13. Direito Alternativo; 14. Félix Guattari; 15. Cidadania; 16 A Concepçäo Filosófica sobre o Corpo Portador de Deficiência Física; 17. Temas diversos sob o eixo Filosofia e Libertaçäo.
Atividades dos Grupos de Estudo em 1997
Atualmente estão em andamento vários grupos de estudo sobre temas diversificados. Alguns desses grupos integram-se a outros em redes de pesquisa coletiva. Está previsto, para dezembro de 1997 em Curitiba, PR - Brasil, um seminário de apresentação das pesquisas desenvolvidas por esses grupos.
Hegemonia, Consenso e Ação Comunicativa
Com este tema organizou-se um grupo de estudos em Curitiba, envolvendo professores e alunos da UFPR e membros do IFIL. Cruzando as reflexões de Gramsci e Habermas com os desafios concretos da educação e dos movimentos sociais no país, o grupo pretende avançar em uma produção teórica coletiva que resulte da problematização de nossa própria realidade brasileira. Trata-se de investigar o escopo e os limites da ação comunicativa como estratégia de um projeto hegemônico que avance no enfrentamento da exploração, expropriação e dominação inerentes às sociedades capitalistas.
O grupo vêm se reunindo quinzenalmente, realizando estudos de textos e reflexões sobre temas do cenário econômico-político atual. Para maiores informações, intercâmbio de trabalhos ou articulação com grupos de estudo com temas próximos, enviar e-mail para: mance@educacao.ufpr.br Para contato telefônico: (041)346-8912, com Gisele.
Félix Guattari
Este grupo pasou a se reunir a partir de julho de 1997 Na primeira reunião ocorrida no dia 05 de julho, ttraçou-se um panorama do pensamento do autor, situando-se o grupo na arquitetônica de sua obra.
Este grupo de estudo surge como desdobramento de atividades anteriores dos participantes, como por exemplo, as realizadas no projeto de pesquisa sobre subjetividade de movimentos sociais - os desafios da práxis. Como momento importante desta pesquisa destaque-se a defesa de monografia para Licenciatura em Filosofia, realizada por Eduardo David de Oliveira com o tema "A Produção de Subjetividade em Félix Guattari", orientada pela professora Íria Zanoni.
Nas próximas reuniões do grupo serão discutidos textos do livro Micropolítica: Cartografias do Desejo.
Aos interessados em participar do grupo ou obter maiores, o telefone para contato é (041)346-8912, com Gisele, na parte da tarde; para contato através de e-mail: Oliveira<ifil@aol.com.br>
"O Trabalho na Perspectiva do Direito Alternativo" e "Direito e Questão Agrária"
O projeto de trabalho destes grupos prevê reuniões periodicas e o desenvolvimento de uma pesquisa coletiva sobre os referidos temas. Os interessados em contribuir com esta discussão podem entrar em contato com: Cláudia Afânio, fone: (041) 276-4945 (res.) ou (041) 322-6563 R. 248 (com.). Ou através do e-mail afanio<ifil@aol.com.br>
Negritude
O grupo de estudos "Negritude" conta com vários representantes do Movimento Negro, estudantes universitários, professores da rede pública de ensino e professores universitários, entre outros, reunindo-se regularmente para o aprofundamento das questões estabelecidas neste projeto de pesquisa.. Contatos pelo telefone (041) 346-8912 com Gisele, ou através de e-mail para Marcilene Garcia de Souza (Lena): souza<ifil@aol.com.br>
Indigenismo
No decorrer do primeiro semestre de 1997 alguns membros do IFIL em Curitiba sentiram a necessidade de formação de um grupo sobre a questão indígena. A partir de uma pesquisa, ainda introdutória, sobre "A Diversidade Cultural das Sociedades Indígenas", como uma proposta alternativa de abordagem da questão indígena em sala de aula, foi realizada uma coleta de material (textos, fotos, filmes, slides, músicas, etc). Contatos com Gisele Moura Schnorr e Eduardo David Oliveira: (041) 346-8912 ou por e-mail schnorr<ifil@aol.com.br>
A Questão da Mulher na Filosofia da Libertação
Com este tema está se organizando um grupo de estudos em Curitiba-PR. Entre outros aspectos trata-se de investigar o entendimento do fenômeno social das lutas pela emancipação da mulher, compreender as diferentes vertentes feministas a partir da realidade concreta vivida pelas mulheres no contexto em que elas emergem, formando com isso um pensamento crítico e intencional das relações sociais femininas historicamente contextualizadas. Assim, nesta investigação destaca-se como as relações sociais femininas são abordadas em outras disciplinas, como por exemplo, a relação do direito com o processo libertário das mulheres no final do século passado e início deste século no Brasil. Busca-se assim, ver nitidamente como se dá a inserção da mulher no trabalho, no mundo jurídico, na política, etc., a fim de atender as necessidades exigidas pelas mulheres naquele contexto.
Com o intuito de reavaliar os conceitos centrais do feminismo frente as transformações contemporâneas às vistas do século XXI e em face a outros movimentos sociais emergentes que proporcionam a uma tomada de atitude diante de outras formas de dominação, preconceito e exclusão, o grupo convida os interessados a participarem das reflexões. Contatos com Marília Sara Portela Oliveira, pelo telefone (041) 243-6667, à tarde ou pelo e-mail moliveira<ifil@aol.com.br>
4. REDE DE PESQUISAS COLETIVAS
No segundo semestre de 1995, a partir do seminário de Passo Fundo sobre Subjetividade e Movimentos Sociais - Os Desafios da Práxis, ficou estabelecida uma rede de pesquisas envolvendo professores e estudantes de várias regiões do Brasil com a finalidade de consolidar o intercâmbio de pesquisas que vinha sendo feito a partir do início do ano. Com essa finalidade foi organizado um programa de gerenciamento de bibliografias que possibilita a catalogação das bibliotecas particulares e a composição de um banco de dados final com os títulos do conjunto das bibliotecas, facilitando o intercâmbio de materiais. Organizou-se, também, um arquivo digital compondo áreas de investigação e endereços dos membros da rede, facilitando o intercâmbio entre todos. Em 1996 foi organizado um Bulletin Board System em Curitiba, o BBS-Cidadania, com uma área específica dedicada ao IFIL. Este espaço virtual foi disponibilizado para a rede de pesquisadores. A partir de 1997, o IFIL avançou na consolidação desta rede de pesquisadores, possibilitando a circulação dos diversos materiais através da Internet.